É sempre muito difícil encontrar palavras para descrever as melhores experiências da nossa vida.Mas desta vez é diferente. Sinto que devo partilhar sobre tudo aquilo que este projecto me deu e ensinou.
Fui para lá um pouco na defensiva, admito. Tinham-me dito que íamos pintar umas paredes da Igreja onde íamos ficar. Porque não pintam eles? Pensei eu! Ainda por cima, depois de uma viagem de 10h, que vontade teria eu de trabalhar ?
Mas... quando chegamos, lá fui eu pegar no rolo, e toca a fazer a boa acção ...
Quando dei por mim, até estava a gostar! Estava a gostar, mesmo! Já nem me incomodava o facto de pintar por eles. Apercebi-me que as Igrejas não são o que parecem por fora, ou o que transmitem as pessoas! Talvez a nossa ajuda fosse mais importante do que todos imaginávamos.
Pintei e limpei o chão. E voltei a pintar e a limpar o chão. E os pés doíam, e o calor apertava... Mas a alegria interior superou tudo isto. Este foi, o meu primeiro ponto alto da semana. Ajudar não custa, se o podemos fazer, porque não?
Quando pensei que estava completamente cheia de espírito de equipa e de paz, começam os trabalhos de rua! Senti-me completamente perdida! Sem saber como, estava vestida de Índia, no meio de muitas crianças que falavam depressa, uma língua que eu não entendia, e não sabia o que fazer...
Até que um pequeno rapaz se chegou a mim, e por gestos me explicou que queria pinturas na cara. E eu fiz, e ele sorriu. Levantei-me e pintei mais alguns miúdos, falei por gestos e olhares, porque afinal de contas, quando há força de vontade, não existem obstáculos que possam parar a nossa obra. Este foi o meu segundo ponto alto da semana. No fim, vi o sorriso dos jovens Espanhóis a ver a nossa arte na sala deles, e vi o sorriso dos miúdos quando fizemos de Índios novamente... Olhei à volta, e vi os nossos sorrisos.
O objectivo estava cumprido e concluído!
Cecília Rute Barbosa
